segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Warfare Imports vs Gerber Profile


Belo video produzido para mostrar esta bela faca que será entregue no final do curso de  combate com faca e defesa pessoal.

O Bushido e o Código Maratabat

(por Muhammad Sinsuat Lidasan, originalmente publicado no facebook)

Sobre estas histórias são feitas as lendas e canções. Sobre isso se chora e são reverenciados -- os Samurais do japão Feudal e os Datus (Caciques) Guerreiros de Mindanao e Sulu.




Os Samurai e os Datus Guerreiros foram assim denominados por serem "aqueles que servem em obediência estrita aos princípios da nobreza." De todos os aristocratas de Mindanao, os mais poderosos politicamente e significativos foram os datus. Ao datu era dado o direito de agir como "a Lei" na comunidade ou região em que vivia. Isso significava que ele tinha poderes para agir como juiz, juri e carrasco. Ele também podia agir como o "estado" e como "comandante-em-chefe" e quando a guerra era necessária, o datu era quem liderava os homens em formação de combate. Assim como no Bushido -- as antigas práticas samurai de auto-disciplina, dever, honra, habilidade marcial e outras artes que eram praticadas até a perfeição.



Há uma característica no Código Maratabat dos Datus, que não tem correspondente no Bushido dos Samurai. Um datu poderia herdar o título, mas o poder de exercer as atividades implícitas no título dependeria inteiramente da linhagem ("Bansawan") - ele deveria ter uma inquestionável descendência da nobreza, Carisma Pessoal ("Nunawan"), Reputação ("Rupawan"), “Poderio” ("Hartawan") - determinado pelo número de seguidores, riqueza, estoques de armas, Conhecimento ("Ilmawan") - conhecimento legal, habilidade política e conhecimento da religião, tradição e costumes ("Adat Betad").

Durante a colonização espanhola no Arquipélago Filipino, os Datus dos Principados Islâmicos de Mindanao ofereceram uma forte e eficaz resistência à cristianização naquela ilha setentrional e foram capazes de defender sua identidade e fé islâmicas. No entanto, a maioria dos Datus aceitaram e até adotaram a "nova ordem política" introduzidas pelos Estados Unidos da América alguns anos após a queda do domínio espanhol nas Ilhas Filipinas (N.T.: Guerra Hispano-Americana, 1898). Minadanao acabou se tornando parte da República após a independência do País em 1946.

Com a reforma Meiji no final do Século XIX a classe samurai foi abolida e um exército nacional de estilo ocidental foi adotado. Os exércitos Imperiais japoneses era constituído por conscritos (recrutamento obrigatório), mas muitos samurais se ofereciam como soldados voluntários e avançavam até serem treinados como oficiais. Na verdade, boa parte do oficialato do Exército Imperial era de origem samurai. Estes voluntários eram altamente motivados, disciplinados e bem treinados. Desta forma o Exército Imperial foi capaz de subjugar uma rebelião de samurais, conhecida como Rebelião Satsuma ou Guerra do Sudoeste.

Depois da derrota na Rebelião Satsuma, os Clãs Samurai que aderiam estritamente ao Bushido, aceitaram as reformas introduzidas pelo Imperador. Mas os samurai não acabaram aí, pois deles se esperava que fossem cultos e letrados. Ele viviam de acrodo com o Bun Bu Ryo Do (Artes literárias e militares, ou a a pena e a espada, em tradução livre). Um termo antigo para guerreiro Uruwashii era uma combinação do kanji para estudo literário ("bun") e militar ("bu"), sendo mencionado no Heike Monogatari (final do Sác. XII). O que é o Japão de hoje, é devido ao Bushido, já que quase todos os cientistas, professores e tecnocratas pertencem a algum dos antigos clãs samurai.

Em 1920, um Datu de Manobo, quis continuar de onde Datu Ali havia parado e dizendo ser a reencarnação do Datu Ali, insistia que se defendese Cotabato e a restaruração do "Maratabat" (Honra) (Gowing, 1979). Claramente era uma manifestação de bravura, do amor pelo estilo de vida e do Código Maratabat, seja por grupos muçulmanos ou tribais.

O Código Maratabat permanece nos corações e mentes dos Datus de hoje, mas eles sabem que em algum ponto do caminho, eles falharam.

(por Muhammad Sinsuat Lidasan, originalmente publicado no facebook)