segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Fontes e premissas


Arnis ou escrima? Kali ou Kalí? Panggamut ou panantukan? Silat ou dumog? Não é raro que tais perguntas apareçam em fóruns e espaços de redes sociais, além de preencherem a caixa de email de muitos professores de Artes Marcias Filipino Indonédias (AMFI). Claro que há definições mais precisas para cada uma delas, e muitas são claramente diferenciáveis, mas por vezes a confusão e o excesso de termos causa atrito entre escolas.

O nome de cada arte deve, por indução lógica, se relacionar com o desenvolvimento das técnicas nela ensinadas e com os indivíduos que as inspiraram ou conceberam. Isto não é difícil de compreender, mas por vezes engana. Por exemplo, o Kali Kilat é muitas vezes interpretado como uma escola nomeada pela aliteração da palavra Silat, quando na verdade se baseia no sistema ensinado pelos descendentes de Leon Kilat, herói da revolução Katipunan.

Triste, porém, é observar o desejo vaidoso de alguns de fabricar histórias para justificar a superioridade de um nome sobre outro, levando tal “credencial” para as técnicas de seu estilo. Muitos dos que começaram a praticar a arte marcial na vida foram levados a crer em histórias heróicas e pouco objetivas, acerca de personalidades que representavam o espírito guerreiro e a grandiosidade de tal arte. As AMFI não são diferentes.

Como presidente da FIAMEK meu compromisso se dá com a cultura marcial filipino-indonésia e com os praticantes e escolas filiadas. Vejo então como imperativo alertar aos novos praticantes e aos antigos da tolice que é repetir histórias que não se pode provar nem mesmo referenciar, principalmente no que tange os nomes e símbolos. Vocês observarão, no Blog e futuramente no site da FIAMEK, que todos os textos são referenciados e todos os créditos são dados aos autores.

Da mesma forma que pessoas com nomes fortes não são automaticamente ativas, líderes ou poderosas, o praticante constrói o nome de sua arte. Sua conduta, suas palavras e o respeito que ele oferta aos que estudam outra linhagem (seja ela milenar ou recém-formada) irão colorir a imagem de sua arte. O invencionismo é normalmente acompanhado do anonimato e tanto a origem falsa quanto o boato depreciativo são prejudiciais para ouve e para quem fala. Em miúdos: cheque suas premissas e fontes. Ter um nome milenar ou não de nada adianta no combate.

Em alguns dias teremos um artigo sobre o símbolo da FIAMEK, concebido de forma inclusiva e abrangente, para não favorecer qualquer escola ou estilo, mas sim a cultura. Esperamos que o futuro da Federação seja assim, de união e respeito, pois este é o único tipo de sucesso que merece ser comemorado.

Mabuhay, maraming salamat po.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  2. Rogério, cometi um engano e apaguei seu comentário.
    Já entre em contato com o Google para ver se eles colocam um 'undo' na moderação de comentários.

    ResponderExcluir
  3. O comentário do Rogério, que exclui por engano, foi: "A vaidade é, infelizmente, comum ao mundo das artes marciais, alimentada pela desinformação. Assim, surgem lendas e mitos; muitos, descabidos e danosos."

    ResponderExcluir